Saudações, leitores
Depois de meses longe deste espaço, muitas águas se passaram. Não gostaria de entrar no mérito de tudo que houve nesse tempo, mas gostaria de compartilhar o que penso e sinto HOJE, AGORA. Afinal, é isto o que temos. O ontem se foi e amanhã está por vir, logo esses tempos se tornam inacessíveis para mim ou para qualquer um.
Confesso que meu coração anseia aquele outro alguém, aquele companheiro para trazer momentos mais felizes e tudo mais. Mas hoje, quando olho para a maioria dos homens (e mulheres, no caso dos homens) ao redor, não vejo nada. Não sou seletiva ou algo assim, mas digo que não vejo ninguém que tenha algo verdadeiro para oferecer. E o mais triste é que isso é perceptível dentro das igrejas. Mas isso é apenas um reflexo de uma cultura construída pela igreja e seus membros.
Para chegar nesse ponto, temos que olhar o todo.
Olhando para a igreja hoje, vejo muros construídos pelas doutrinas e costumes. Não sou legalista e nem quero pregar a libertinagem dentro das igrejas. Acredito que se faz necessários parâmetros de postura das igrejas. Mas a partir do momento que esse parâmetros são usados para segregar, excluir e diminuir o outro, eles se tornam muros que impedem que a Palavra de Deus aja na vida das pessoas.
Quando eu utilizo um padrão como pré requisito para fazer parte de algo, logo, aquilo se torna um CLUBE. Na qual para me filiar, tenho que corresponder comportamentalmente o que aquele grupo espera de mim.
Quando esses dogmas são pregados de forma intensa e como condição para estar dentro da igreja, o evangelizar se torna superficial, de fora para dentro. Já ouvi coisas como "Não bebo, sou evangélico agora" ou "Não posso fazer isso, minha religião não permite". Essas afirmações são a prova clara de uma transformação inversa, na qual a pessoa toma para si alguns comportamentos denominados "corretos" achando que assim alcançarão a redenção. Muitos levam uma vida religiosamente ativa, mas no fundo não sabe a razão de tudo aquilo. Outros estabelecem uma relação de troca com Deus: Eu vou a igreja, dou minha oferta, participo ativamente e Deus me dá prosperidade e felicidades abundante para todo o sempre. Ter essa postura de troca nos leva a negar as adversidades possíveis em nossa vida e culpabilizar Deus ou nós mesmo (por falta de fé, por exemplo) quando elas ocorrem. É ignorar as palavras de Cristo em João 16:33, que diz "Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo".
No livro de Gálatas, capítulo 2 versículo 20, Paulo declara: "Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim". Na declaração de Paulo é muito fácil perceber que a mudança que houve em sua vida foi de dentro pra fora! Ele abdica de sua vida por Cristo não para mostrar que vive nos padrões corretos de seu grupo, ele o faz pois sente que Cristo vive dentro dele. Logo, se torna impossível ter comportamentos aleatórios, não porque ele não pode "fazer feio" diante dos outros mas porque a essência de Cristo que preenche seu interior se sente mal ao cometer tais atitudes.
Nós devemos ser apenas mensageiros de Deus! Devemos levar a salvação de Cristo às pessoas e não impor "comportamentos adequados". No livro de Ezequiel, capítulo 36 versículos 26 e 27, Deus nos diz: "Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis". Deus que muda os corações! Deus nos dá o Espírito Santo e não o homem! A Palavra é por si só a agente de transformação.
Quando o homem se coloca na posição de impositor de conduta, formam-se cristãos de fachada que se agradam do pecado em seu íntimo e que agem pelo remorso ou culpa e não por arrependimento.
E o mais triste é ver que existem várias igrejas (clubes) e que elas não dialogam entre si, não se unem para a missão dada por Cristo: a pregação do Evangelho. "Não podemos trabalhar juntos, tenho que trazer as pessoas à minha igreja e ele vai querer encaminha-las a dele!", "Existem divergências em nossas doutrinas, portanto não podemos fazer um trabalho em conjunto". Essas frases são muito comuns e que me faz pensar que o objetivo mudou. Não se trata mais de levar a salvação de Cristo, mas trazer mais membros à minha congregação. Essa postura é vergonhosa. Acho que "vergonhoso" é, sem dúvida, o melhor adjetivo para nomear essa situação.
Em Corinto, houve uma situação semelhante e Paulo exortou-os dizendo:
"Pois quando alguém diz: “Eu sou de Paulo”, e outro: “Eu sou de Apolo”, não estão sendo mundanos? Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer; de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento. O que planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho. Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus." (1 Coríntios 3:4-9)
Enquanto a igreja colocar esses "muros" como prioridade, existiram mais crentes mornos, mais crentes vazios e superficiais que buscam a Deus porque querem algo em troca. Existiram mais pessoas com o mundo dentro de si e a religião por fora, como uma fantasia para mascarar a culpa que carregam. Existem muitos crentes morrendo sem Cristo, pois só o conhecem através dos sermões dos pastores, dos discípulados dos líderes, das aulas das escolas dominicais. Mas não o conhecem com autonomia de quem são verdadeiramente. Deus se importa com seu coração mais do que todo o resto.
Ai então voltamos a questão inicial.
Percebe-se o quão difícil é encontrar alguém que seja quem ele realmente é, vivendo com liberdade através da graça trazida por Cristo. Sem máscaras, sem dependência de rituais, mas vivendo nos princípios trazidos pela PALAVRA e não por homens.
Chega de viver uma vida segurando nos corrimões da religião, mas nos entreguemos nos braços de Deus para que Ele nos molde conforme a Sua vontade.
Mesmo em meio a essa realidade, há esperança.
Enquanto houver pessoas que se disponham a ser a diferença além de superficialidade, há esperança.
Enquanto houver corações totalmente abertos para Deus, haverá transformações verdadeiras.
07 setembro 2014
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